A taxa de inflação homóloga em Angola recuou pelo décimo primeiro mês consecutivo, situando-se nos 20,74% em Maio de 2025, o nível mais baixo desde Dezembro de 2023, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este valor representa uma descida face aos 22,32% registados em Abril, confirmando a continuidade da tendência desinflacionária iniciada em Julho de 2024.
Segundo o INE, a estabilização do kwanza desempenhou um papel central na contenção da inflação importada, enquanto as taxas de juro elevadas e a maior disponibilidade de bens de consumo ajudaram a consolidar o abrandamento da subida de preços.
Em termos mensais, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu 1,17% em Maio, marcando o menor aumento mensal desde Maio de 2023, após um crescimento de 1,34% em Abril.
A moderação dos preços foi observada em quase todas as categorias do IPC, destacando-se:
• Bebidas alcoólicas e tabaco: 1,28% (vs. 1,94% em Abril);
• Vestuário e calçado: 1,24% (vs. 1,80%);
• Hotéis, cafés e restaurantes: 0,81% (vs. 1,65%);
• Recreação e cultura: 0,84% (vs. 1,20%);
• Alimentos e bebidas não alcoólicas: 1,25% (vs. 1,43%).
Apesar da tendência positiva, os efeitos da inflação continuam a ser sentidos de forma intensa no quotidiano das famílias, sobretudo nos segmentos mais sensíveis como alimentação e transporte, onde os preços permanecem elevados face à realidade dos rendimentos.
A continuidade desta trajetória dependerá da manutenção da estabilidade cambial, de uma gestão monetária prudente e da normalização da cadeia de abastecimento.